segunda-feira, 30 de março de 2015

Manhã de Janeiro



Ele estava parado olhando através da janela enquanto uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto quando ouviu um choro. Ele se virou e viu uma enfermeira parada na porta carregando em seus braços um pequeno embrulho que, ao que parecia, possuía pulmões bastante resistentes. Eles esticou bem os braços e, agradecendo à enfermeira, pegou o bebê.

“Bem vindo a esse mundo, pequenino.” ele disse  “Você é a coisa mais linda que eu já vi na vida, sabia? Tenho certeza que se sua mãe pudesse, ela te diria o mesmo.” Ao dizer isso seus olhos automaticamente foram em direção à cama onde ela repousava inconsciente. Sua pele estava pálida, havia tubos em várias partes do seu corpo e ela parecia extremamente fraca, ainda assim, ele não conseguiu não achá-la linda.


Eles haviam conseguido. Contra todas as possibilidades, eles haviam criado vida. Mas o preço havia sido alto; o quão alto exatamente, ele ainda não sabia. Sentiu as lágrimas querendo cair e sabia que se elas jorrassem ele não conseguiria mais parar e naquele instante, com o filho nos braços, ele sabia que precisava se manter inteiro, pelo menos enquanto o menino estivesse acordado. Sentiu as paredes do quarto se fecharem ao seu redor e, de repente, ele começou a se sentir sufocado lá dentro; precisava sair e respirar ar puro. Sabia que o bebê ainda era pequeno demais para pegar sol, mas imaginou que se fosse só por alguns poucos instantes não faria mal. Por precaução, pegou uma fralda e cobriu a criança, depois se esgueirou para fora do quarto tentando passar despercebido pelas enfermeiras e médicos.


Lá fora, sob a calor do sol, ele se sentiu mais calmo. Levantou a fralda e observou deslumbrado o menino que sorria para ele como se estivesse feliz e animado por quebrar as regras e sair escondido do hospital. O pai então desejou que fosse capaz de ser o homem que a criança precisaria que ele fosse. Fechou os olhos e fez uma pequena prece para que o menino não fosse como ele, mas que fosse melhor. Que fosse capaz de aproveitar todos os pequenos momentos que lhe fossem oferecidos e viver intensamente, capaz de abrir bem os braços e cumprimentar o mundo inteiro, capaz de ser forte e gentil e de enfrentar as adversidades da vida de cabeça erguida, capaz de nunca deixar de se deslumbrar e se emocionar com as maravilhas do mundo.

Quando abriu os olhos viu um médico saindo do hospital com uma expressão preocupada no rosto e o reconheceu. Imediatamente preparou seu coração para o pior, para a notícia iminente que o profissional lhe traria, apertou ainda mais o filho nos braços e, de maneira inconsciente, o trouxe para mais perto do peito. Juntou tudo o que ainda lhe restava de força e caminhou na direção dO hospital, de encontro ao médico.
            
“Estive te procurando por todo o hospital,” disse o médico “sua esposa acordou.”

Surpreendido pela notícia inesperada, o homem não conseguiu mais se conter e quando o último cristal de medo se quebrou dentro de si ele pôde finalmente permitir que as lágrimas caíssem pelo seu rosto, lágrimas de alívio e, principalmente, de pura felicidade.


Ps. Leiam ouvindo essa música. Ela que me serviu de inspiração.

quarta-feira, 25 de março de 2015

4ª Turnê Intrínseca - Primeira vez em São Luís

Da esquerda para a direita: Eu, Carol, Heloísa, Raissa e Carol.

Pra quem não sabe, durante este mês de março e metade do mês de abril está acontecendo a Quarta Turnê Intrínseca e, pela primeira vez, São Luís foi incluída como um dos destinos para a Turnê graças à vitória em um concurso feito pela editora para escolher quatro capitais extras para visitarem. YAY!!! O evento aconteceu aqui nesse domingo (dia 22/03) e foi completamente gratuito, mas para participar era necessário ter uma senha. No entanto, foi anunciado que apenas 300 senhas seriam distribuídas sendo que até sábado aproximadamente 650 pessoas já haviam confirmado suas presenças na página do evento no facebook então... dá pra imaginar o desespero para chegar cedo e conseguir pegar uma senha, né?  A distribuição de senhas estava marcada para começar as 14:00, mas as 12:20 já havia mais de 50 pessoas acampadas em frente a Leitura do São Luís Shopping. Logo que a fila começou a se formar alguém teve a brilhante ideia de enumerarmos nossas mãos de acordo com nossa posição na fila. Dessa forma, poderíamos sair para almoçar, ir ao banheiro, passear, etc, sem medo de perder nosso lugar e, além disso, se o número de pessoas fosse superior a 300 teríamos como identificar quem foram os primeiros a chegar. Claro que esse método de organizar o pessoal não era infalível, mas funcionou bem.

Olhem o tamanho...
... da fila

Posições minha e de Raissa na fila

Por volta de 13:30, eu acho, começaram a abrir o portão e foi um desespero na fila. Todo mundo levantando achando que já iam começar a distribuir as senhas quando percebemos que só tinham aberto o portão para que um funcionário entrasse. Essa cena se repetiu mais algumas vezes até que finalmente pudemos entrar na livraria e pegar as nossas tão aguardadas senhas. *.*


Acabou que apenas 250 pessoas compareceram ao evento. Creio que a chuva atrapalhou muitas pessoas de irem, pelo menos esse foi o motivo dado por alguns dos meus amigos que estavam animados para ir, mas não foram. (Já é uma luta conseguir pegar ônibus dia de domingo, com chuva então...) No entanto, teve até pessoas de outras cidades participando! 

Com  as senhas em mãos - ou melhor - nos pulsos, resolvemos bater perna pelo shopping até que começasse a apresentação da turnê. Ao contrário do que imaginávamos, o evento não aconteceu na Leitura, mas na praça de alimentação do primeiro andar. Por um lado foi ruim porque não teve aquele ambiente aconchegante da livraria, por outro, foi bom porque eu não tenho ideia de como fariam para colocar tantas pessoas dentro da Leitura. 

Chegamos na praça de alimentação vinte minutos antes do horário marcado para o início do evento e já estava lotado. Tivemos que sentar bem atrás, mas ainda assim a visão estava ótima. A apresentação começou com alguns (poucos) minutos de atraso por causa de alguns problemas com o som. A Heloísa e a Carol, as hostess do evento, são duas fofas. Elas são divertidas e foram super atenciosas com todo mundo. O evento foi dividido em três partes. Na primeira, elas falaram sobre os novos lançamentos da Intrínseca, comentaram sobre as histórias dos livros, falaram um pouco sobre os autores e mostraram booktrailers e trailers de algumas adaptações cinematográficas. Os livros estavam divididos em quatro categorias: literatura jovem, nacional, ficção e não-ficção. Na segunda parte, elas abriram uma sessão de perguntas para que os participantes pudessem tirar suas dúvidas. Na terceira, foram feitos sorteios e distribuição de brindes. Entre os itens sorteados, estavam vários livros (todos lançamentos) e um kobo aura HD à prova d'água. *.* A pessoa que ganhou o kobo não estava presente na hora do sorteio e tiveram que sortear outra pessoa. Imaginem a frustração dessa criatura quando ela descobrir que perdeu a oportunidade de ganhar um kobo!!! Enfim, infelizmente, nem eu, nem Raissa, nem Carol e nem Rodolfo ganhamos algo nos sorteios, (T.T) maaaas ganhamos uma bolsinha cheia de brindes que foi distribuída para todos os participantes!

Bolsa-estojo + lápis com gírias regionais+
vale e-book da cultura + caderno +
cordão de crachá (? - como realmente se chama isso) +
bottons 
Marca-páginas














Lápis com gírias do MA, AL, MA, RJ, respectivamente.

Um dos brindes que eu achei mais legal foi o lápis com gírias regionais (dos estados que a turnê estava visitando) porque valoriza as diferenças existentes na nossa língua. E, pelo que eu pude observar, eles pesquisaram os regionalismos cuidadosamente, de forma a não escreverem gírias que não eram comuns ao estado mencionado e a grafarem as palavras da maneira que eram faladas. No lápis do Maranhão, por exemplo, vieram as gírias: aziado, ralado, piqueno, éguas. Levando em conta o preconceito que existe com os nordestinos lá para o Sul e Sudeste do país, essa pequena atitude da editora fez com que nos sentíssemos valorizados (eu pelo menos) e felizes em saber que existem pessoas que apreciam as diferenças que existem na nossa língua.

O evento foi bem divertido e valeu a pena as quase duas horas acampadas na frente da Leitura e mais as horas zanzando pelo shopping sem ter o que fazer. Espero que eles venham mais vezes e que tenha outros eventos desse tipo por aqui!

Ah! Eu e Raissa fizemos alguns vídeos cobrindo o evento, eu ia tentar editar e juntar todos os vídeos em um só, mas confesso que não tive paciência. Essa foi uma ideia meio espontânea e eu tava suuuuuper sem graça, mas eu espero que vocês gostem do resultado, conseguimos até uma entrevista com a Carol - diretora de marketing da Intrínseca!!! (Depois que falamos com ela foi que eu pensei em algumas perguntas legais para fazer. :/ ) Os vídeos são bem curtos, então dá pra ver rapidinho, só peço que ignorem o fato de que eu não acertava olhar para a câmera do celular de Raissa. :p


Ps. Esse vídeo tava normal no meu computador, não sei porque ficou de lado 
aqui no blog. Tentei ajeitar, mas não consegui. :(

Eu e Raissa mostrando os brindes:


Pseudaentrevista com a Carol:





Pra finalizar, eu deixo esse vídeo super legal que foi transmitido durante o evento  e que fala sobre a diferença entre livros e e-books.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Noite de Dezembro



"Está quente. Está muito quente. Estou pingando de suor de tanto calor que estou sentindo." Ele repetia mentalmente tentando se convencer de que o calor era real e de que ele não estava, na verdade, tremendo de frio. Ele colocou os braços ao redor de si mesmo, esfregando-os numa vã tentativa de aquecer, pelo menos um pouco, o seu franzino e quase nu corpo.

A neve caía de forma constante ao seu redor. O menino já tinha ouvido falar que às vezes nevava naquela parte do país, mas nunca acreditara porque, até aquele momento, nunca tinha visto neve. No começo ele achou bonito, esticou a língua para que os flocos caíssem nela e ao prová-los não pôde evitar de pensar que esse deveria ser o gosto que os sorvetes tinham. Mas agora ele já não achava a neve mais tão bonita assim. Ela era fria e molhada e havia se transformado em poças lamacentas em algumas partes da rua.

O menino caminhou mais um pouco até que parou em frente à vitrine de uma loja na qual haviam várias televisões expostas. Algumas delas estavam ligadas e o que estava sendo transmitido em uma delas em especial lhe chamou a atenção. Também nevava na tevê, mas lá as pessoas, ao contrário dele, estavam seguras dentro de uma casa. A julgar pelos gorros vermelhos, também era natal no filme que passava na tevê e as pessoas pareciam felizes, reunidas ao redor de uma mesa cheia de comida. No centro da mesa tinha algo que parecia com um frango assado e, literalmente, encheu a boca do menino de água a ponto de fazê-lo babar. 

Vendo aquela cena, ele pensou em ir para casa, mas não podia. Havia prometido ao seu irmão mais novo que lhe daria um presente de natal e não podia voltar para casa de mãos vazias. Talvez na próxima lixeira tivesse um pouco de comida, esse seria o presente perfeito. Mas ele estava tão cansado e com tanto frio que decidiu descansar um pouco antes de continuar. Perto da loja havia um amontoado de neve que parecia muito macio e o garoto resolveu se sentar ali por alguns minutos.

Não demorou muito para que o frio e o cansaço lhe dominassem e as suas pálpebras e o seu corpo começassem a pesar. Ele cedeu ao cansaço e se deitou e, com os olhos entreabertos, viu as pessoas que ainda caminhavam pela rua, mas ninguém o viu. Isso não era novidade para ele, as pessoas raramente o viam mesmo. E enquanto pensava nisso seus olhos se fecharam e ele adormeceu profundamente. Em seus sonhos ele estava ao redor daquela mesa da televisão com seu irmão e seus pais e todos estavam felizes; o sonho era tão real que mesmo dormindo ele sorriu. Enquanto dormia, a sua respiração foi rareando cada vez mais até cessar, mas a neve continuou a cair incessantemente, cobrindo por completo o seu corpo e protegendo para sempre o seu sorriso.



Qualquer semelhança com A Pequena Vendedora de Fósforos não é mera coincidência.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Serialholic #Pt. 08



Agent Carter - A série conta a história de Peggy Carter depois da "morte" do Capitão América. Ela está trabalhando na RCE (Reserva Científica e Estratégica), mas é completamente subestimada por seus colegas de trabalho por ser mulher. Por isso, ela decide ajudar seu amigo Howard Stark - que está sendo acusado de vender armas para governos estrangeiros - a provar sua inocência. O seriado é bem legal, cheio de ação e mistério. Peggy é completamente badass e a gente fica torcendo a cada episódio para o momento em que ela finalmente vai conseguir ganhar o respeito de toda a RCE. Recomendo pra quem gosta desse tipo de história.

The March Family Letters - É uma websérie da Pemberley Digital e praticamente comprova minha teoria de que eles tem o padrão de produzirem sempre uma série boa e uma ruim, uma boa e uma ruim. TMFL é a adaptação do livro Mulherzinhas de Louisa Alcott e, ao contrário de sua predecessora Frankstein M.D, é muito legal. Conta a história de quatro irmãs - Jo, Amy, Meg e Beth - que usam os vídeos do youtube como espécies cartas para sua mãe. Todas as irmãs são bem legais com exceção da mais nova (Beth, eu acho) que é quase insuportável. Eu estou gostando bastante e quero muito ler o livro. 

A Caçadora de Relíquias - Esse seriado conta as aventuras da historiadora Sidney e de seu assistente Nigel em busca de relíquias. Ele é um pouco antigo então não sei se é fácil achar para assistir, mas super vale a pena. O Nigel é um fofo e meio desastrado e a Sidney é super inteligente e luta pra caramba! E os dois fazem um ótimo time juntos. Eu gostava muito e super recomendo.

Edição de Amanhã - Esse também é antigo e conta a história de um cara que sempre recebe em sua porta o jornal com os acontecimentos do dia seguinte e passa o dia tentando evitar os desastres que vão acontecer. Não lembro mais muita coisa, mas lembro que era bem legal.

From Mansfield with Love -  É uma websérie que adapta Mansfield Park, de Jane Austen. Nela, Frank Price trabalha e mora no hotel Mansfield Park cuja dona é uma antiga amiga de escola de sua mãe. Frank é a melhor amiga de Ed, filho dos donos, e irmã de Will, pra quem ela faz os vídeos como uma espécie de carta. A série tem uma pegada bem caseira que me lembra The Jane Eyre Autobiography. Já assisti aos quatro primeiros episódios e estou achando legalzinho, não é tão bom assim, mas não é ruim.  

Lois e Clark - Conta a história do Super Homem / Clark Kent e de Lois Lane e de suas lutas contra Lex Luthor Jr. (ou seria Lex Luthor Filho). Não acho que seja necessário acrescentar mais detalhes sobre a história, mas digo que era muito legal!

10 Coisas Que eu Odeio em Você - Baseado no filme com mesmo nome que , por sua vez, é baseado em A Megera Domada. O seriado conta a história das irmãs Kat e Bianca, sendo que Bianca é proibida de namorar antes de sua irmã mais velha, mas Kat não quer saber de romance. Não vou dizer mais nada porque, se você ainda não assistiu ao filme, faça um favor a si mesmo e vá assistir. A série é tão boa quanto o filme, mas infelizmente só teve duas temporadas antes de ser cancelada.

What I Like About You  - Essa sitcom acompanha a vida das irmãs Holly e Val e de todos os seus amigos. Eu lembro que era bem divertida e muito engraçada. Não acompanhei por completo, mas gostei bastante do pouco a que assisti.

Hindsight - Beca é divorciada e está prestes a se casar de novo, quando de repente ela entra em um elevador e acaba voltando vinte anos no tempo, para o dia do seu primeiro casamento. Agora ela tenta corrigir todos os erros do seu passado. Apesar de uma boa parte da série se focar nos relacionamentos amorosos da Beca, eu tenho a sensação de que o principal foco é o seu relacionamento com sua melhor amiga Lolly. Eu comecei a assistir porque me lembrou a premissa de Being Erica, mas as duas histórias são bem diferentes. Hindsight mostra como cada escolha nossa tem consequências que atingem não só a nós mesmos, mas a todos que nos cercam. É um seriado bem legal e eu recomendo bastante. 

IZombie - Acabei de assistir ao piloto e parece que esse seriado vai ser bem legal! Um pouco trash, talvez, mas bem legal! Liv é uma zumbi que trabalha em um necrotério e toda vez que ela come o cérebro de um dos defuntos ela tem visões sobre eles. Por causa disso, ela começa a ajudar um policial a resolver casos fingindo que é uma medium.

E finalmente chegamos ao fim das postagens sobre séries. YAY! Agora quando eu quiser falar sobre algum seriado vou fazer um post específico sobre ele. Falem nos comentários quais séries vocês curtem!

Confira as postagens anteriores:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5 
Parte 6

quinta-feira, 19 de março de 2015

Faça Amor, Não Faça Jogo


Viver a plenitude do amor é o desejo senão de todas, ao menos da maioria das pessoas. Amar e ser amado incondicionalmente, contar com o apoio de alguém para as horas difíceis e para os momentos alegres, e saber que independentemente do que fazemos, alguém estará ao nosso lado simplesmente pelo que somos é o ideal de vida de muitos.
Viver esse amor na prática, no entanto, nem sempre é fácil. E é exatamente sobre felicidade, vida e amor que Ique Carvalho fala neste livro. O autor, que começou escrevendo em seu blog e já tocou o coração de milhares de pessoas que se envolveram e se emocionaram com suas palavras, descreve com perfeição o amor que muitos procuram e poucos realmente encontram. E ele fala do amor em todas as suas expressões: desde o romântico entre duas pessoas até o mais puro e verdadeiro dos laços familiares, que ele tem com seu pai e mentor.
Como as relações humanas são frágeis e complicadas, os relacionamentos tornam-se difíceis, o que nos faz buscar a felicidade nos lugares ou nas pessoas erradas. Mas o autor nos faz enxergar a vida de forma diferente. Faça amor, não faça jogo é um lembrete de que, no jogo do amor, não é necessário haver ganhadores ou perdedores. Basta olhar e aceitar novos paradigmas e acreditar no que diz seu coração. E vivenciar isso de verdade. (Sinopse retirada da contra capa do livro)

Esse livro se originou do blog The Love Code e é um compilado de crônicas nas quais o autor fala principalmente sobre amor e relacionamentos. Mas ele não foca no tipo romântico, ele fala de vários tipo de amor e, principalmente, do seu relacionamento com seu pai, que sofre de uma doença degenerativa.

Assim como no blog, cada crônica vem acompanhada de uma música (é só usar o celular para ler o código e ouvir) que serve para intensificar ainda mais a leitura, o que é muito legal. O texto é escrito de forma quebrada, não linear. Eu achei diferente e gostei bastante porque diminuiu o tom prosaico das crônicas e reforçou o tom poético.

Quanto aos textos em si, alguns são mais intensos que outros, mas todos são dotados de profundidade e simplicidade ao mesmo tempo. A linguagem que o Ique usa é simples o que dá uma certa leveza a leitura mesmo quando o assunto tratado é pesado. As crônicas parecem transbordar sentimento e nos convidam a parar para refletir sobre a vida.  Através desse livro podemos perceber também o quão "complicado" é o relacionamento do Ique com seu pai e quanto a doença afetou a toda a família.

Enfim, eu achei os textos muito bonitos e amei a leitura. É um livro que eu recomendaria para qualquer pessoa. Também acho que esse é o tipo de livro para ser lido aos poucos, deve ser degustado um pouco a cada dia até porque as crônicas são carregadas de emoções e nem todas são felizes. Às vezes, é preciso parar um pouco depois de um texto lido para respirar e pensar.

Ps. Gente, essa capa é tão simples, mas eu achei ela tão linda! Talvez justamente pela simpliciadade dela.