quinta-feira, 28 de maio de 2015

Os Melhores Contos dos Grimm

Branca de Neve

Os Melhores Contos dos Grimm é um seriado alemão que passa no Globosat todo domingo às 9:00. A série é uma adaptação televisiva de diversos contos dos irmãos Grimm (mas às vezes eles adaptam uma história de outro autor como A Pequena Sereia que foi escrita por Andersen). 

Conheci essa série acidentalmente quando mamãe colocou no Globosat no meio do episódio de A Pastora de Gansos e me chamou, depois disso não paramos mais de assistir. Eu gostei porque, ao contrário de muitas das atuais adaptações, eles não romantizam as histórias em excesso. Quando eu digo romantizar, não falo de romance em si (porque isso ainda há bastante), mas de idealização da história. Tipo, ainda é possível perceber os traços de violência que permeavam os contos "originais". No final de A Pastora de Gansos, por exemplo, a dama de companhia é SPOILER sentenciada a ser colocada nua em um barril com 1000 pregos e ser arrastada por cavalos SPOILER. É claro que essa cena não foi mostrada, mas ela não foi totalmente excluída e isso me fez vibrar internamente. E apesar de a maioria das histórias que já assisti até agora terem amor romântico, já percebi que isso não foi um fator para a escolha dos contos que seriam adaptados. Tem histórias sem isso como base também, o que é muito legal porque contos de fada não são sinônimos de romance como a maioria das pessoas parece pensar.

Outra coisa que achei legal é que muitas das histórias eu não conhecia e olha que eu já li váááárias histórias dos Grimm, inclusive a coleção da Cosac Naify com mais de cem histórias. Cada episódio é um conto diferente e os títulos aparecem bem no começo então é preciso prestar atenção senão não dá pra saber qual é a história da vez. O legal quando não dá tempo de ver o título é tentar adivinhar qual é o conto pelo enredo (deixei mamãe surpresa quando descobri que uma história era A Bela Adormecida por causa de uma rã! hahaha), mas como eu disse antes, muitas das histórias são um pouco desconhecidas então nem sempre dá pra adivinhar qual é por isso recomendo que sempre tentem ver o título antes.

Enfim, gostei muito e recomendo principalmente pra quem gosta de contos de fada. Infelizmente não sei se passa na Netflix ou em algum outro site para assistir online e nem achei para baixar por torrent então só mesmo na tv pra assistir. Se você encontrar disponível em outro local, por favor, me avise nos comentários. Nem sempre estou em casa no horário que passa. T.T
(Correção: Quando escrevi esse post o seriado ainda passava dia de segunda a tarde por isso nem sempre eu estava em casa para assistir. Agora que só passa domingo pela manhã meu atual problema é que eu estou no décimo sono no horário da série T.T)



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segunda-feira, 25 de maio de 2015

O Livro dos Vilões




Pessoas boazinhas são tão chatas. Não há nada melhor do que um bom vilão. Sei do que estou falando. Também tenho meus momentos de maldade, vocês me conhecem bem...

Por isso mesmo estou certa de que vão se divertir muito com este livro: Irmãs que amam sapatos e odeiam a meia-irmã - muito natural, é claro; uma madrasta hilária viciada num app para iPad e em experiências com venenos, huahuahua; um bruxa que me lembrou muito dos tempos do colégio; e um lobo com crise de consciência... vai entender!
Então vamos parar de enrolação! Se estiverem na praia, peçam uma bebida bem geladinha e ajeitem seus óculos escuros, porque é impossível parar de ler as novas histórias desses vilões cheios de classe e... maldade!

Você sabe que me ama.
Xoxo, Blair Waldorf. (Sinopse retirada da orelha do livro)

Assim como O Livro das Princesas, o Livro dos Vilões tem como proposta ser uma releitura moderna e realista dos contos de fada, a diferença é que, dessa vez, as histórias são contadas do ponto de vista dos vilões. Os contos foram novamente escritos por escritores brasileiros e ianques e novamentes os brasileiros foram mais legais. Então, vamos às histórias!

#Stepsisters - sobre sapatos e selfies, Cecily von Ziegeser: Releitura de Cinderela. Nastia e Dizzy são duas irmãs gêmeas superficiais e viciadas em sapatos que adoram fazer a irmã de criação Cindy de gato e sapato. Gostei da fada madrinha e SPOILER da Cindy ter mostrado um lado um pouco vingativo SPOILER, mas o enredo foi bem fraquinho e extremamente superficial, o que não me surpreendeu porque os poucos livros que já li dessa autora seguem essa mesma linha. Achei que o conto deixou muito a desejar e poderia ter sido bem melhor.

Menina Veneno, Carina Rissi: Releitura de Branca de Neve. Malvina é uma supermodelo e se acha a mulher mais linda do mundo, mas vê esse mundo virar de cabeça para baixo quando sua enteada Bianca Neves decide investir da carreira de modelo também. No geral, achei o conto bem legal e gostoso de ler, mas não curti alguns aspectos do final.  

Quanto mais afiado o espinho, Diana Peterfreund: Releitura de A Bela Adormecida. Conta a história de Madalena que vive em uma família de "bruxas", mas tenta a todo custo ser normal. Um dia, ela conhece três meninas numa piscina pública e as quatro se tornam melhores amigas, só que as outras garotas desconhecem a origem de Madalena. Gostei da personagem Madalena e odiei suas "amigas". O conto é legal e bem triste.

A Menina e o Lobo, Fábio Yabu: Pelo título acho que deu pra perceber que a história é baseada em Chapeuzinho Vermelho, né? Esse conto fugiu totalmente da parte realista da proposta já que mantém o aspecto fantasioso da história, mas mesmo assim foi meu conto preferido. O Lobo é um ótimo personagem, super bem desenvolvido e a história foi muito bem bolada. Não quero falar muito para não dar spoiler, mas esse conto super vale a pena ser lido! 

De uma maneira geral, o livro é legal, mas deixou um pouco a desejar. Por mais interessante que tenha sido o fato de tantos os vilões quanto os mocinhos não maniqueístas, eu esperava vilões mais vilões e malvados. Sinceramente, eu achava que esse livro seria mais legal e interessante que o das princesas justamente por ser do ponto de vista dos vilões, mas as histórias acabaram sendo um pouco fracas. O único conto que eu amei mesmo foi A menina e o lobo, ele fez valer a pena todo o livro.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Demolidor



Demolidor é uma série da Netflix cuja primeira temporada estreou completa no dia 10 de abril. São 13 episódios com quase uma hora de duração cada. 

A série gira em torno da história de Matt Murdock, um homem que ficou cego em um acidente aos 9 anos de idade e acabou ganhando super sentidos por causa disso. Já adulto, Tristan Matt dirige uma firma de advocacia com seu sócio Foggy durante o dia e a noite protege a Cozinha do Inferno de bandidos disfarçado de vigilante. 

Os personagens são ótimos e muito bem aproveitados. Conseguimos ver todo o desenvolvimento do Matt de vigilante mascarado até se tornar o Demolidor. O quanto ele tem dúvidas se o que faz é certo e se ele pode realmente mudar algo. Sem contar que, além dos conflitos internos, o seriado retrata muito bem o conflito espiritual no qual Matt vive. Esse lado religioso dele é muito interessante e podemos perceber o quão importante suas crenças são para ele e o quanto elas influenciam suas ações. 

O desenvolvimento do Fisk em Rei do Crime também foi abordado e eu gostei porque não mostraram apenas o lado vilão dele, mas o humanizaram bastante através das cenas que ele protagonizava com a Vanessa ou na cena SPOILER em que ele encontra o Wesley morto. SPOILER 

Além deles dois, temos ainda todos os personagens secundários que são bem desenvolvidos, com histórias próprias e personalidades fortes.

A série dialoga um pouco com os filmes da Marvel, como Os Vingadores, por exemplo e eu achei interessante o fato dela mostrar as consequências das grandes batalhas travadas pelos super heróis e o quão destrutivas elas podem ser. E por falar em batalhas, as cenas de lutas foram muito bem elaboradas, mas achei um pouco cansativas. Não sei se por já assistir a muitos seriados de heróis, mas pulei muitas dessas cenas simplesmente por não ter mais paciência para assistir. O que me leva a um aviso: a série é muito violenta. Eles não tem pudor algum em explorar a violência existente nas ruas ou a que o próprio Matt é capaz de produzir.

Enfim, não posso dizer se é fiel ou não aos quadrinhos porque nunca li, mas gostei muito do seriado. O elenco e o enredo de cada episódio, assim como o da temporada em geral, são ótimos e dá para maratonar em um final de semana de boa (adorei o fato de terem lançados todos os episódios de uma vez). Recomendo bastante para quem gosta de histórias de heróis.

E vocês? Já assistiram ou pretendem assistir? Gostaram? Me digam nos comentários.


domingo, 17 de maio de 2015

5 Motivos para assistir a "Dona Moça"



Há dois dias eu descobri o projeto do Adorbs Produções para a adaptação de uma obra literária brasileira em uma websérie chamada Dona Moça. Se você leu algum dos meus posts sobre séries a essa altura já deve saber o quanto eu gosto de assistir a essas webséries desde que conheci e me viciei em TLBD. Então quando eu ouvi falar de Dona Moça eu fiquei super animada com a ideia do projeto e já estou mega ansiosa para assistir a série que vai estrear dia 27 de maio por isso resolvi compartilhar com vocês um pouco da minha animação e fazer essa lista com cinco motivos pelos quais eu acho que vocês também deveriam assistir a Dona Moça.

1 - É baseada em Senhora, de José de Alencar
Eu gosto muito dos livros de José de Alencar e não sei vocês, mas eu definitivamente prefiro o Alencar urbanista ao Alencar indianista. E Senhora é uma das minha obras preferidas dele. Gosto de como ele retrata a mulher nessa obra, gosto do fato de Aurélia ser forte e independente e isso não a impedir de se apaixonar e se entregar ao amor. Gosto de a obra mostrar que amor nem sempre é suficiente para fazer um relacionamento funcionar, dos personagens serem realistas e terem qualidades e defeitos e de como o processo de perdoar/ser perdoado é retratado. Enfim, Senhora é muito legal e, se você ainda não leu, eu recomendo que você aproveite que a websérie ainda não estreou e leia (lembrando que, segundo a produção, não é necessário ler a obra para entender a websérie).

2 - É baseada em uma obra brasileira
Às vezes parece que os brasileiros apreciam tanto o que vem de fora que acabam rejeitando o que é nosso como se o simples fato de algo ser brasileiro o tornasse instantaneamente ruim. Não vou mentir e negar que a maior parte da arte que consumo é estrangeira, mas a cada dia tenho aprendido a valorizar cada vez mais os artistas brasileiros e sei que muitos deles não devem em nada para os de fora. Por isso projetos como esse são tão importantes, eles valorizam obras e autores brasileiros e mostram que podemos fazer produções tão boas quanto outros países.

3 - É produzida por mulheres
O projeto está sendo dirigido e produzido apenas por mulheres o que é extremamente importante para a valorização feminina nessa área de trabalho. Sem contar que isso significa que provavelmente teremos mulheres retratadas de maneira decente e realista e não estereotipada. 
A equipe de produção é composta por Ana Lívia Marques, Jaqueline Viana, Larissa Sarini, Maria Raquel Silva e Maynnara Jorge.

4 - É um projeto transmídia
Ou seja, além de assistir aos episódios no youtube ainda poderemos seguir os personagens em redes sociais como twitter e instagram, por exemplo, acompanhar a coluna de fofocas do J. Alencar e sabe-se lá o que mais a produção vai inventar. Isso é legal porque torna a experiência do telespectador mais interativa e aproxima os fãs dos produtores e atores.

5 - Eu estou recomendando
A essa altura vocês já devem saber que eu tenho um excelente gosto então se eu estou dizendo que algo é bom é porque é bom e vale a pena conferir. Humildade me mandou lembranças.  Não consegui pensar em um quinto motivo e achei que uma lista com apenas quatro não seria legal.

Pelo que eu entendi do projeto, será feito um crowdfunding (financiamento coletivo) após os dez primeiros episódios então já é bom irem preparando os cofrinhos caso vocês gostem da websérie e queiram ajudá-la a continuar. 
Eu realmente torço para que Dona Moça seja tão legal quanto eu estou esperando que seja e que minha ansiedade seja recompensada. Depois da estreia eu faço outro post contando para vocês o que eu achei.



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Top 5 Personagens Cegos

Vocês já repararam que é difícil ver personagens com ''deficiências'' em livros/séries/filmes? E que quando eles aparecem normalmente são mostrados como vítimas, incapazes,etc? Como se toda a vida deles girasse em torno de serem cegos, surdos etc. Mas felizmente existem alguns escritores/roteiristas que ao criarem personagens com ''deficiências'' não permitiram que eles fossem definidos por isso ou vistos como pobres coitados ao contrário, eles são personagens badasses muito bem construídos e dos quais eu acho que ninguém seria capaz de sentir pena.

Pensando nisso foi que eu decidi fazer esse top 5 de personagens cegos que não devem em nada para aqueles que são capazes de enxergar.

Ah! Eles não estão em ordem de preferência.

Ps. Vou tentar fazer essa lista com o menor número de spoilers, mas já aviso que haverão alguns.

Toph Bei Fong (Avatar: A Lenda de Aang / Avatar: A Lenda de Korra)


Toph nasceu cega e por causa disso foi super protegida pelos seus pais que não permitiam que ela saísse de casa. Como ela também nasceu com a dobra de terra seus pais contrataram um professor (que supostamente era o melhor mestre/dobrador de terra) para que ela aprendesse pelo menos o básico. Acontece que Toph, sozinha, aprendeu muito mais do que o professor sabia apenas ''observando'' texugo-toupeiras (sim, eu tive que ir no google pesquisar o nome do animal) e passou a usar a sua dobra para sentir as coisas ao seu redor e assim ser capaz de ''ver''. Ela também costumava sair de casa às escondidas e lutar com outros dobradores sob o codinome de Bandida Cega e quando seus pais descobrem eles têm uma briga enorme e ela foge de casa e passa a ensinar o Avatar Aang a dobra de terra. Ela é tão poderosa que foi a responsável por descobrir que dobradores de terra também podiam dobrar metal. Ela também foi a responsável por ajudar a Avatar Korra a lidar com sérios problemas e superar alguns ''traumas''.
Toph passa longe do estereótipo de donzela indefesa ou de cega indefesa. Ela é capaz de se cuidar sozinha e muitas vezes é ela quem resgata seus amigos. Ela é dona de um humor sarcástico e muitas vezes faz brincadeiras com o fato de ser cega sem nunca querer a piedade dos outros por causa disso. Por essas e outras que ela merece estar no nosso top 5.

Leon (Trilogia Anômalos)


Leon é cego, é um anômalo e é gay , ou seja, ele tem todos os ''motivos'' pra se fazer de coitadinho vítima de bullying, mas ele não o faz (até porque no universo de anômalos o foco é preconceito contra anômalos). A anomalia do Leon permite que ele tenha super-sentidos fazendo com que ele se locomova como se enxergasse (na verdade, acho que ele anda melhor do que muitos que vêem). Ele é super inteligente, muito concentrado, tem um ótimo senso de humor e é muito leal aos seus amigos. E é um dos meus personagens favoritos nessa trilogia e eu espero muito que ele não morra no terceiro livro.
Ps. Eu não achei nenhuma fanart do Leon e como eu sou uma ótima artista (lembram que eu mostrei meus talentos pra vocês nesse post?) resolvi eu mesma desenhá-lo.
Pps. Eu sou péssima pra lembrar a descrição física dos personagens (só lembro a da Sybil) então pode ser que o Leon não seja negro, mas eu tenho quase certeza que ele é.

Cem Olhos (Marco Polo)

Sifu, mais conhecido como Cem Olhos, é especialista em diversas artes marciais e um lutador exímio. Ele foi responsável por treinar Marco Polo e o filho de Kublai Khan. Eu não lembro se ele é cego de nascença, mas não faz diferença porque o que importa é que ele é um grande lutador. Sério, vocês precisam assisti-lo lutando, procurem no youtube depois. É muito massa! E pra completar o cara é um dos personagens mais sábios da série. 

Eli (O Livro de Eli)

Eu assisti a esse filme a não sei quantos anos então não lembro muitos detalhes, mas só o fato de eu (e creio que a maioria das pessoas que assistiram a esse filme) só ter percebido que Eli era cego lá pra metade (ou talvez tenha sido lá pro final do filme, não lembro...) do filme já diz muita coisa. Eli também é muito bom de luta e um dos pontos mais interessantes do filme é quando ele  precisa lidar com o conflito de que suas ações não estão de acordo com as suas crenças, de que ele se preocupou tanto em proteger o Livro que esqueceu de vivê-lo. Esse conflito todo faz com que o personagem seja ainda mais interessante.

Matt Murdock / Demolidor (Demolidor)


Matt Murdock sofreu um acidente aos 9 anos de idade no qual um elemento químico caiu nos seus olhos deixando-o cego. Em compensação ele ganhou super sentidos (pelo menos foi o que eu entendi até agora, ainda não acabei de assistir a série e nunca li os quadrinhos ou assisti ao começo do filme). Enfim, advogado de dia e o diabo da Cozinha do Inferno a noite, Demolidor é um herói muito interessante, além de lutar super bem ele também precisa lidar com os conflitos provenientes de toda a violência que causa e para isso ele encontra conforto na sua fé católica. Ah! Apesar de não estar na lista, vale mencionar Stick, o seu mestre que por acaso também é cego.

Apesar de todos os personagens dessa lista serem bons de luta e fisicamente fortes, minha ideia de personagem badass vai além disso. Eles são tops porque foram bem construídos, porque não se limitam devido a cegueira, porque possuem conflitos internos interessantes e plots interessantes também.

Ps. Repararam que só tem uma mulher na lista? Cadê as personagens deficientes femininas bem construídas?

Enfim, espero que tenham gostado dessa lista, mas me digam nos comentários se tem mais algum personagem cego que vocês gostariam de acrescentar a ela. 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Entrevista com Angélica Pina



O post de hoje traz uma convidada muito especial, a escritora Angélica Pina (autora do livro Quilômetros de saudade) que gentilmente concordou em nos dar uma entrevista. 

YAY! Nossa primeira entrevista S2 S2 S2

Além da Angélica eu convidei a Raissa (lembram dela? A amiga que me auxiliou na cobertura em vídeo da 4ª Turnê Intrínseca) para me ajudar a elaborar as perguntas. A entrevista foi feita via internet e eu e Raissa tecemos pequenos comentários em cima de algumas respostas da Angel, os meus comentários são os cor de rosa e os da Rai são os azuis.

1. O que te motivou a se tornar escritora?
A paixão pelas palavras é antiga, desde criança que amo ler. Isso acabou gerando uma facilidade com as letras e quando tive tempo para me dedicar a escrever uma história (quando parei de trabalhar para ficar em casa com meu filho logo que nasceu), as coisas foram fluindo. Descobri algo que amo! Criar histórias e compartilhá-las com outras pessoas é muito muito gostoso!

2. Como foi o processo de publicação do seu livro? Você mandou o manuscrito para muitas editoras? Recebeu muitas negativas?
Não mandei para muitas, porque optei por enviar primeiro para as que aceitavam receber o original por e-mail e se não conseguisse alguma, passaria a mandar para as que recebem apenas impressos. Recebi um NÃO da editora que era a primeira na minha preferência e logo em seguida recebi o SIM da Giostri. O processo com eles foi muito rápido, mandei inicialmente as primeiras vinte páginas, como solicitado nas regras da editora, no dia seguinte o editor já pediu para ler o restante. Depois de quinze dias ele me retornou com a proposta de publicação.

3. Por que você escolheu a editora Giostri?
Um dos principais motivos foi a rapidez com que recebi o retorno. Antes de começar a busca por editoras, li bastante sobre como funcionava o processo e vi que a maioria pede em média 6 meses para dar uma resposta, isso quando dão (geralmente só respondem quando se interessam pela obra, se o resultado for negativo não dizem nada). Bem, eu estava ansiosa para publicar logo e pouco disposta a esperar meses por uma resposta que talvez não viria, então...

4. Em Quilômetros de Saudade, o romance da Dani e do Fê é embalado pelas musicas da Marisa Monte, qual a importância que a música tem na sua vida pessoal e no seu processo criativo?
Acho a Marisa Monte uma diva! Uma das características da Dani “herdada” de mim foi gostar das músicas dela. Gosto de sempre inserir músicas nas minhas histórias, adoro quando alguém comenta que ao ouvir a canção lembra de algum personagem. Músicas são ótimas fontes de inspiração, mas não costumo ouvir enquanto escrevo. Paro, escuto, analiso a letra, vejo onde e como ela se encaixa, depois volto a trabalhar em silêncio.

5. Falando em música, qual a sua banda ou seu cantor preferido? E sua música favorita?
Difícil! Gosto de MPB de um modo geral (destaque para Marisa Monte e Nando Reis) e curto algumas bandas e cantores “gospel” (Resgate, Fruto Sagrado, Davi Sacer...)

Vamos dificultar um pouco as perguntas...
6. Quais são o seu livro e o seu autor prediletos?
Essa pergunta é muito difícil, porque não tenho um, tenho vários. Mas para citar assim, os que vêm de imediato na cabeça: livro - O pequeno príncipe e autora – Sophie Kinsella.

7. Quais livros/escritores mais influenciaram na sua escrita?
Os autores contemporâneos, de um modo geral. Gosto de usar uma linguagem de fácil entendimento e não sou de ficar descrevendo cenários, prolongando onde acho desnecessário, sempre enxugo ao máximo para a leitura não ficar cansativa. Portanto, os clássicos e a Literatura mais rebuscada ficam um pouco de fora no que diz respeito a influenciar minha escrita.

8. Responda:
Team Edward ou Team Jacob?
Nunca li ou assisti a saga, mas fisicamente prefiro o Jacob. hehehe...
(Eu sempre fui team Edward mesmo achando o amor entre ele e a Bela um pouco obsessivo, mas tenho que concordar que fisicamente o Jacob é bem mais interessante...)
Team Peeta ou Team Gale?
Oi? Quem?
(Como assim você não leu/assistiu Jogos Vorazes!!!??? oO #chocada)
(Peraí... eu posso até entender o fato de você não ter lido/assistido Jogos Vorazes, mas como assim você não sabe quem são!? Só vou te "perdoar" porque eu também não conheço alguns dos caras das próximas perguntas.)
Team Aspen ou Team Maxon?
Maxon desde o início! Ele é fofo demais, um príncipe! (Ah, vá! Jura?)
(Team Maxon! o/ Tenho que admitir que era Team Aspen no começo e eu ainda gosto muito dele, mas o Maxon me ganhou de vez!)
Christan Gray ou Iceman (Eric Zimmerman)?
CG sem dúvidas.
Travis Maddox ou Andrew? 
Andrew!!! Sempre prefiro os mais fofos, não curto bad boys.

9. Se você pudesse se casar com alguma personagem literária quem seria?
Com o Michael Hosea, do livro Amor de Redenção. É o cara mais perseverante e sábio do mundo!
(OMG! Melhor escolha ever! Amei essa resposta e se eu pudesse escolher uma personagem literária para me casar definitivamente seria o Michael. *.*)

10. Qual a importância da diversidade na literatura?
Acho mega importante diversificar, experimentar e ler de tudo, passando por todos os gêneros, autores dos mais conhecidos aos que ninguém ouviu falar. Ler melhora a escrita e o vocabulário. Ler gêneros diferentes abre a mente para novas possibilidades e estimula a criatividade. Fora que é sempre bom sair da nossa “zona de conforto”, né?!

11. Para quando podemos esperar o seu próximo livro?
O segundo livro, que é tipo um “spin-off” de Quilômetros de saudade, já está sendo trabalhado na editora. A previsão é de que por volta de julho ele esteja pronto.
(Oba! *dancinha feliz*)

12. Como é ser mãe, esposa e escritora ao mesmo tempo? Como você arranja tempo para escrever?
Sabe que nada disso é considerado profissão, né?! rsrsrs... Ser mãe de uma criança pequena e serelepe (meu Leo tem 3 anos) dá trabalho pra caramba e exige plantão 24/7 (24 horas, 7 dias na semana). Tem quem ache que ficar em casa o dia todo, ainda por cima na frente do computador, é moleza! Mas aprendi a ler e escrever em qualquer brechinha de tempo que tenho. E meu filho vai para a escola no período da tarde, então tenho (teoricamente) 4 horas mais tranquilas no meu dia.
13. Se você pudesse ser qualquer personagem qual você seria e por quê?
Talvez alguém que tivesse algum tipo de superpoder... hahahaha... Mas como não sou muito de ler fantasia, não sei citar algum específico.

14. Se sua vida fosse um livro qual seria o título?
Putz, não faço ideia! Minha maior dificuldade em meus livros é escolher o título, da minha vida então, sem chance.

15. Se "Quilômetros de Saudade" virasse filme, quem você gostaria que interpretasse a Dani e o Fê? E o restante do elenco?
Imagino a Bianca Bin sendo a Dani e o Bernardo Velasco para o Fê. O Rodrigo Hilbert daria um ótimo Jorge e as amigas Aline e Letícia poderiam ser a Jéssika Alves e a Stephany Brito. (Fiz um post há um tempo com as fotos desse “dream cast”, se quiser disponibilizar o link, é esse: http://www.universodosleitores.com/2014/07/meu-dream-cast.html)

Muito obrigada, Angel, por ter nos cedido seu tempo e respondido nossas perguntas. 

Quanto a vocês, leitores, espero que tenham gostado de ler essa entrevista porque eu e Raissa com certeza adoramos elaborar as perguntas e entrevistar a Angélica. Comentem aí o que vocês acharam, se vocês gostaram das respostas e se vocês querem mais postagens desse tipo. 
Ah! E se ainda não leram Quilômetros de Saudade, fica aqui a dica: leiam. ;)

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Noite de Agosto


Eles entraram na pizzaria dando graças a Deus pela bebê ainda estar dormindo e eles terem conseguido sair de casa um pouco. Enquanto um empurrava o carrinho o outro carregava uma bolsa cheia de trecos de criança, de fralda à brinquedo. Haviam saído sem essa bolsa uma vez e essa, definitivamente, era uma experiência que nenhum dos dois gostaria de repetir.

Sentaram-se em uma mesa, pediram uma pizza portuguesa grande e começaram a conversar:

- Cara, eu nem lembro mais quando foi a última vez em que coloquei um pedaço de pizza na boca ou que coloquei os pés fora de casa sem ser pra comprar algo de criança.

- Eu também não lembro, mas é melhor irmos nos acostumando com isso. Agora que conseguimos oficialmente a guarda dela, sair por sair vai ser algo difícil por pelo menos mais um ano.

- Falando em mudanças na rotina, eu vou amanhã na faculdade trancar a matrícula do curso.

- Eu ainda acho que essa é uma péssima ideia.

- Eu sei que você acha, mas nós já conversamos sobre isso e essa é a melhor opção no momento. 

- Eu não concordo. Eu consegui uma licença de seis meses no trabalho para poder ficar em casa cuidando dela. Não vejo porque você precisa largar a faculdade. Você pode muito bem ficar com ela quando não estiver em aula.

- Primeiro, eu não vou largar a faculdade, eu vou trancar. É só por um período. Segundo, a faculdade pode ser pública, mas eu ainda preciso de dinheiro para livros, transporte e, principalmente, xerox. Eu não trabalho e o teu salário quase não dá para cobrir nossas despesas atuais, imagina se você ainda tiver que bancar meus estudos. Esse tempo longe da faculdade vai servir também para eu conseguir um emprego e podermos organizar nossas finanças. Terceiro, você pode ser um ótimo cozinheiro, mas é um péssimo dono de casa. Se depender de você, nós três viveremos em um chiqueiro e eu não posso permitir uma coisa dessas.

- Ok, você me convenceu. Trancar a faculdade não é uma ideia tão ruim assim, mas só por um período. Depois disso você volta mesmo que ainda esteja desempregado, estamos entendidos?

- Sim, estamos entendidos.

- Ótimo! No fim das contas você tem razão. Só conseguiremos sobreviver a isso e criar essa menina se ficarmos juntos. Não lembro de você sendo tão responsável e sensato, quando foi que isso aconteceu?

- A partir do momento em que eu deixei de ter outra escolha. É impressão minha ou estão todos olhando pra gente?

- Você já se olhou no espelho? Não saímos de casa há tanto tempo que estamos com cara de zumbis. Devem estar todos com medo de que a gente decida comer o cérebro dela como entrada antes da pizza.

- Cara, essa piada foi péssima. Eu realmente espero que ela não tenha o teu senso de humor. - ele ficou pensativo por alguns segundos, encarou o outro e perguntou seriamente - Você acha que conseguiremos?

- Conseguiremos o quê?

- Criá-la sem estragar tudo. Essa situação toda parece tão surreal, tão estranha, tão... errada. Eu só... eu não acho que eu esteja pronto para ser pai.

- Pois eu tenho certeza de que eu não estou. Caramba! Eu tinha me preparado para ser irmão mais velho de novo. Me perguntava o quão diferente ela seria de você e o quanto a diferença de idade afetaria nossa relação. Essa situação não parece surreal, ela é surreal e estranha e errada. Nós deveríamos ser irmãos dela e não pais, mas agora teremos que ser os dois e isso é assustador. Você tem medo de que a gente estrague tudo, mas eu tenho certeza de que, mesmo não estragando tudo, a gente vai errar várias vezes, isso é normal. O importante é que eu sei que mesmo com todas as dificuldades e mancadas nós vamos conseguir fazer isso, nós vamos conseguir criá-la e ela vai se tornar uma mulher maravilhosa. Eu sei disso porque nós não estamos sozinhos. Temos nossos avós e tios para nos apoiar e por mais que não devamos deixá-los interferir em todas as nossas decisões, teremos que aprender a pedir e aceitar ajuda quando necessário. E porque ela é uma sobrevivente. Prova disso é que ela não morreu no acidente junto com nossos pais.

- Nossa! Quem é o sensato agora? Você tem razão, nós vamos conseguir fazer isso, mas isso não quer dizer que eu não vá surtar algumas vezes no caminho.

Os dois pararam de conversar quando o garçom chegou com a pizza. Eles se serviram ansiosos para comerem e mal haviam começado a cortar suas fatias de pizza quando a bebê acordou chorando. Eles haviam aprendido a diferenciar os tipos de choro dela e, portanto, sabiam que aquelas lágrimas não eram de alguém que precisava ser trocada nem eram de fome, mas de saudade.

- Oh minha princesa, vem cá, vem. - disse o mais velho tirando-a do carrinho e pegando-a no colo. - Eu sei que você tá com saudade deles, nós também estamos.

- É verdade. - disse o mais novo enquanto acariciava a cabeça da irmã e beijava-lhe a mão. - Mas você não precisa se preocupar porque cuidaremos muito bem de vocês. Seremos nós três contra o mundo. Isso é uma promessa.

Quem os olhava via dois homens acalentando um bebê, mas nenhum dos dois se sentia como um adulto naquele momento. No fundo, eles eram dois meninos assustados e com saudade dos pais dando o melhor de si enquanto "brincavam" de casinha com um bebê de verdade.